segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

MÍDIA E MEIO AMBIENTE

Voltamos a ativa para falar de um assunto tão importante quanto abandonado: a forma como a mídia trata os temas ambientais, em especial mudanças climáticas e como isso, conseqüentemente afeta o que a população pensa a respeito. Diante das mudanças climáticas no planeta e mobilizações da comunidade científica sobre o tema, divulgação do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), por exemplo, a mídia viu-se frente ao desafio de alertar com imparcialidade à população para os riscos dessa nova ameaça que já é considerada “maior do que a ameaça terrorista”. Foi divulgado esse mês na internet o texto “Talking about a revolution: climate change and the media”, pelo International Institute for Environment and Development (IIED). Disponibilizo aqui tradução de trechos do briefing do instituto.

Pontos chave:

- Há muito criticismo de como a mídia vem cobrindo as mudanças climáticas até hoje, mas muitos sinais de melhora também. Para jornalistas novos ao tema mudança climática, ele é complexo, o que faz com que treinamento seja uma prioridade para os representantes da mídia.

- A falsa imparcialidade que tem sido um problema por anos parece estar diminuindo, mas uma catástrofe narrativa que tira o poder das pessoas continua. Aqueles que fornecem informação aos órgãos da mídia _ cientistas, políticos, e ONGs _ dividem um pouco da culpa. O jeito que eles e a mídia apresentam o tema afetará como as audiências respondem.

- Desafios incluindo tornar as histórias mais relevantes à população, aumentando o perfil de adaptação e de perspectivas dos pobres, e fazendo abordagens que tragam benefícios adicionais.

(...)

Compreendendo os fundamentos.

Especialmente em países mais pobres, poucos repórteres são bem treinados, conectados e com fontes para o desafio a frente. Globalmente, com exceção de poucos jornalistas que tem cobrido a mudança climática por anos, a mídia tem estado muito lenta diante da rapidez dos fatos. Mudança climática costumava ser “apenas” uma história científica ou de meio ambiente, nunca o tipo de notícia que recebia maior atenção. E muitos editores são formados em áreas de artes, sem vontade ou capacidade para entender ciência. Mas a mudança climática agora engloba a economia, saúde, segurança e mais. De repente, repórteres científicos estão cobrindo um assunto político e vice-versa. Para muitos, o tema é novo, extremamente complexo e fácil de ser mal entendido. Escrevendo em Novembro de 2007, Richard Black e Roger Harrabin (que faz reportagens sobre mudança climática para a BBC) disse a seus colegs jornalistas o quanto era importante que eles se atualizassem. “Se a gente não tiver uma boa noção dos fundamentos do debate climático, nos arriscamos a apresentar ao nosso público um monte de opiniões desatualizadas, sem fundamentos ou simplesmente erradas”. Essa compreensão tem freqüentemente faltado e isso contribuiu com um grande problema: falsa neutralidade.”

Evidência e Emoção

Em 25 de outubro de 2007, mais de um milhão de oassageiros em Londres leram o jornal gratuito Metro. A manchete na página 4 gritava: “Nós estamos na maior corrida de nossas vidas”. A matéria era sobre o relatório GEO-4 do “Programa Ambiental UN”, que dizia que a ação a respeito de mudanças climáticas e outros assuntos era desgraçadamente inadequada. Mas ao invés de citar um cientista qualificado, Metro citou o apresentador de TV infantil e cínico do aquecimento global Johnny Ball, que incita dúvida na necessidade de tratar do assunto mudança climática.
(...)
Esse é um entre muitos exemplos da neutralidade do jornalismo apresentada erroneamente. Isso vem da necessidade da mídia de aparecer imparcial e mostrar os dois lados da história. E em termos de notícias, o conflito vende mais do que o consenso. Por anos, jornalistas têm “equilibrado” ciência e ceticismo, compensando evidência com emoção. Ao ignorar o alarmante consenso científico, isso efetivamente instila uma tendência. Isso serve para confundir e desinformar o público e tem ajudado a atrasar ações sobre as mudanças climáticas. Algo sinistro contribuiu para esse fracasso. Companhias e políticos com interesses em manter o “status quo” têm tentado subestimar a ciência e subverter o jornalismo. Ao fazer isso, eles têm destruído também a confiança do povo. Algumas das maiores reportagens jornalísticas sobre o tema, têm “seguido o dinheiro” e exposto esses interesses. Isso ajudou a chegar numa grande mudança na forma de reportar mudança climática nos Estados Unidos _ cuja postura sobre o tema tem se esquivado de ações internacionais por uma década. Pesquisa publicada em Novembro de 2007 por Maxwell Boykoff da Universidade de Oxford, Reino Unido, mostra que a maioria dos artigos de jornais americanos de 1990 a 2004 equilibrou a visão de que humanos causam as mudanças climáticas com a visão contrária. A boa notícia, segundo ele, é que por volta de 2005 isso acabou. “Enquanto isso gera algum motivo para otimismo que a mídia possa agir como um catalisador mais forte para ação mais decisiva quanto a política climática”, ele escreveu, “muitos outros desafios continuam quanto a assegurar informação científica e sobre a tomada de decisões a respeito”. Entre eles, está a forma como matérias sobre mudanças climáticas são apresentadas.

Da negação ao desespero... à ação

Pesquisa sugere que mensagens complexas como aquelas sobre mudanças climáticas vão causar efeito entre mais pessoas se forem organizadas de forma a se adaptar a diversas audiências _ isso é dito com um forte foco num certo aspecto da estória. A apresentação da “incerteza científica” atinge pessoas que não querem mudança enquanto a apresentação focada na “segurança nacional” pode inspirar ação dos mesmos indivíduos.


A imagem do “urso polar” apela para a maioria dos amantes de animais, enquanto “dinheiro” atinge polítcos e o setor privado. Mas entre as formas de tratamento mais comuns está uma que inspira falta de ação: a da “catástrofe”. James Painter observou como as principais Tvs no Brasil, na China, Índia, México, Rússia e África do Sul cobriram dois dos relatórios do IPCC em 2007. O primeiro, relatório “negativo” sobre os impactos das mudanças climáticas foi coberto por mais emissoras e em mais detalhes do que o segundo, relatório “positivo” sobre efeito estufa e emissões de gás. Numa pesquisa publicada em 2006 por Futerra, apenas 25 por cento das matérias sobre mudanças climáticas nos jornais do Reino Unido foram positivas _ focadas mais em soluções do que problemas. Mais tarde naquele mesmo ano, o UK Institute for Public policy Research identificou as duas maiores formas como a mídia, governo e grupos de defesa do meio ambiente estavam tratando mudanças climáticas: Alarmismo (todos nós vamos morrer) e Pequenas Ações (estou fazendo um pouco pelo planeta _ e talvez pelo meu bolso). Concluiu-se que essas narrativas são “contraditórias e caóticas, com o resultado mais provável de que o público sinta-se sem poder e sem motivação para agir”.
Mike Hulme, então diretor do UK Tyndall – Centro para Pesquisa sobre Mudanças Climáticas, mais tarde avisou que “o discurso catastrófico corre o risco de levar a sociedade por uma trajetória negativa, depressiva e reacionária".
Quais são as alternativas? Uma é focar mais nas soluções para mudança climática e formas de adaptar-se aos seus efeitos, e menos nas estatísticas aterrorizantes _ para se mover de descrença ao desespero e à ação. Outra é conectar nas mentes das audiências as emissões por um lado e os impactos por outro, e dividir as vozes e preocupações dos mais pobres, mais vulneráveis que têm contribuído menos para o problema, mas vão sofrer mais as conseqüências. É legítimo apontar que enquanto o futuro parece obscuro ao mesmo tempo mudanças são possíveis. (...) Enquanto “catástrofe” deixa as pessoas se sentido desamparadas, “justiça e equidade” as faz sentir poderosas. “A maioria das pessoas que debatem as mudanças climáticas focam-se em como cortar as emissões e como levar Estados Unidos, China e Índia a um acordo”, diz Saleemul Hug, chefe de mudanças climáticas no IIED. “Impactos das mudanças climáticas nos países pobres, e as responsabilidades das nações ricas em ajudá-los ganha muito menos atenção”.
Aqui está então um desafio para a mídia. Se todas as emissões de gás parassem nesse segundo, ainda haveria muito de mudança climática estocado, porcausa de atrasos no sistema atmosférico da Terra. As comunidades mais vulneráveis devem se adaptar, e elas precisam de suporte financeiro para fazê-lo. Mas esse aspecto das mudanças climáticas não é reportado. As vozes dos vulneráveis são raramente ouvidas por aqueles no poder. No estudo de Painter sobre a cobertura dada pela TV ao relatório do IPCC nas maiores economias emergentes, como Brasil, China e Índia, adaptação “recebeu escassa, se alguma, atenção da mídia” apesar de ser mencionada no título do relatório de Abril de 2007.
(...)
Razões para esperança
O trabalho da mídia não é mudar o mundo. É papel da sociedade transformar más notícias em boas. Mas a mídia tem um papel na sociedade de dar poder às pessoas para que façam decisões bem informadas. Apesar de reações públicas, privadas e políticas à mudança climática sejam ainda pequenas em relação ao que poderosos argumentos científicos, econômicos e morais demandam.
Tem sido dito que a coisa mais importante em comunicação é ouvir o que não está sendo dito. No caso da cobertura da mídia a respeito das mudanças climáticas, isso inclui a urgência de adaptação, os custos de agir e de falhar nisso, a visão dos pobres, os interesses que resistem às mudanças, e o potencial de garantia de que ações nesse sentido trarão co-benefícios. Há muitas boas histórias para contar e muitas formas de melhorar o jeito que elas são contadas e tornadas relevantes para diversas audiências. A mídia não é totalmente culpada. Cientistas têm a muito tempo se esforçado para dar um passo a frente de seu círculo e isso significou muitos resistindo a contar suas estórias simplesmente e sem jargões _ o que desanimava o público. Cientistas precisam ser melhores ao se comunicar sobre o assunto e ambientalistas precisam parar de se focar em catástrofe nas suas mensagens. Comunicadores podem fazer muito mais para transmitir suas mensagens ao público.
Para jornalistas, o maior problema é compreender a natureza complexa do assunto enquanto ele continua a adquirir novas dimensões. Treinamento e acesso à “experts” será chave, especialmente para repórteres com poucas fontes nos países mais pobres. Com um pouco de tempo e treino, jornalistas não-científicos podem cobrir bem o assunto mudança climática. Eles precisam não pensar que isto está além de suas capacidades. Fontes na internet estão se tornando cada vez mais importantes_ e acessíveis a jornalistas ao redor do mundo. O papel emergente de alguns desses sites veio à tona em Novembro de 2007, quando bloggers rapidamente expuseram uma “pegadinha” sobre mudança climática que havia enganado alguns setores da mídia (ver “Bloggers to the Rescue)”.
Estudos detalhados sobre a cobertura da mídia que estão ocorrendo na China, Índia, México, Vietnam e outras nações deverão revelar muito sobre como jornalistas lá estão tratando esse assunto e como isso afeta o público. Um sinal encorajador veio em 2007, quando o gigante banco internacional HSBC observou atitudes públicas sobre mudança climática no Brasil, China, França, Alemanha, Hong Kong, Índia, México, Reino Unido e Estados Unidos. Descobriu que “são nos países em desenvolvimento que as pessoas mostram maior preocupação, compromisso e otimismo, e nos países desenvolvidos que pessoas mostram a maior indiferença, relutância e fatalismo”.
O final da história
Mike Tidwell não é o único a convocar revolução. Quando o IPCC publicou seu relatório em Fevereiro, o presidente francês Jacques Chirac disse: “De frente com essa emergência, a hora não é para meias-medidas. A hora é para revolução: uma revolução na nossa atenção, uma revolução na economia, uma revolução de ação política.” Em setembro de 2007, Bjorn Stigson, chefe do Conselho Mundial para Desenvolvimento Sustentável, avisou que para conter as mudanças climáticas, precisamos de uma revolução da sociedade numa escala nunca antes vista em tempos de paz. “Isso irá provavelmente piorar antes de melhorar, antes dos governos sentirem que eles têm a obrigação política de agir”, disse ele ao Financial Times. “Nós iremos ter que entrar em algum tipo de crise antes disso ser resolvido. Eu não acho que as pessoas tenham se dado conta do desafio. Isso é mais sério do que as pessoas pensam.”
A ciência nos diz que uma janela de oportunidades está prestes a fechar com tudo sobre nossos dedos. O chefe da UN Framework Convention on Climate Change diz que há apenas dois anos para se negociar um acordo global mais forte, mais justo sobre como tratar a questão das mudanças climáticas. Mudanças massivas na política e no comportamento do povo serão necessários para manter as concentrações dos gases estufa abaixo de níveis perigosos e para adaptar-se às mudanças que já são inevitáveis. A mídia e aqueles que recorrem à ela para informação terão um papel cada vez maior em se haverá ou não uma revolução e como ela se dará caso aconteça. A boa notícia é que o clima não é a única coisa que está mudando.

Tradução por Bruna F. Righesso.
Fonte: http://www.iied.org/pubs/pdf/full/17029IIED.pdf

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Retrospectiva 2 Congresso de Jornalismo Ambiental em Porto Alegre

O congresso que ocorreu entre os dias 10 e 12 de outubro em Porto Alegre, RS levantou questões de extrema relevância para a qualidade de vida da espécie humana no Brasil e no mundo, especialmente diante das mudanças climáticas que já ocorrem e prometem aumentar nos próximos anos. Na última tarde de palestras foi discutida a definição de uma teoria do jornalismo ambiental, num painel apresentado pelos jornalistas Hernan Sorhuet e Beatriz Dornelles.
Foi citada a importância da comunicação como um veículo não só informativo como também educativo, os chamados "educomunicadores". Segundo Hernan, a pergunta mais importante a ser respondida em textos jornalísticos ambientais é o "por quê". Ele também afirmou que "o jornalismo ambiental deve abranger todas as áreas e a idéia de meio ambiente deve ser desconectada da idéia de apenas natureza".
No painel de encerramento, as representantes das Ongs (Organizações não governamentais) Greenpeace e SOS Mata Atlântica, Gabriela Michelloti e Ana Lígia falaram do papel dessas organizações na defesa do meio ambiente e responderam a questões sobre o "radicalismo" e a "internacionalização da Amazônia". Foram distribuídos materiais explicativos e enfatizado o papel do profissional de comunicação no sucesso dos projetos.
O congresso encerrou com a definição da próxima sede do evento, em 2008, que será em Cuiabá, MT.

EVENTOS PARALELOS

Na quinta-feira os participantes tiveram a oportunidade de visitar gratuitamente a 6 Bienal do Mercosul, e ao sábado foram realizadas visitas técnicas à Feira de Agricultura Orgânica e um passeio de barco pelo Parque Estadual do Delta do Jacuí (ao redor do rio Guaíba).

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

2 Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. Terceiro Dia.

Na última manhã do CBJA, o pesquisador Philip Martin Fearnside falou das perspectivas para a Amazônia no século XXI. Sua palestra tratou de temas como escassez de água na região, influência dos ventos e das queimadas sobre o ecossistema local, e os efeitos do efeito estufa na floresta. Rondônia foi citada como sendo a região mais crítica em termos de desmatamento acelerado e segundo Philip, somente as temperaturas elevadas e a escassez de chuvas "já seriam suficientes para praticamente acabar com a Amazônia até 2080". Gráficos ilustraram as previsões científicas para o Brasil e o mundo, e mostraram o "ponto de desiquilíbrio" causado pelo desmatamento que gera a seca. Na sessão aberta a perguntas, o palestrante explicou que reflorestar é muito mais complicado do que evitar o desmatamento daquilo que já existe. Uma área de florestas equivalente ao tamanho de "uma Austrália e meia" seria necessária para neutralizar todo o carbono que produzimos, afirmou ele.
Na sala de Cinema da UFRGS ocorreu paralelamente uma oficina sobre a mídia digital a serviço da preservação ambiental, com Katarini Miguel, da ONG Vidágua de São Paulo. Foi comentada a importância dos meios de comunicação como a internet, na difusão dos trabalhos ambientais e também o papel do jornalista nesse mercado. Paralelamente ocorreu palestra no salão principal sobre o tema: "Cidades Sustentáveis". O Congresso vai encerrar esta noite, ás 19hs.















Gráfico sobre mudanças de temperatura: mancha vermelha na Amazônia.

2 CONGRESSO DE JORNALISMO AMBIENTAL. SEGUNDO DIA.


O Segundo dia de congresso iniciou com a conferência sobre mudanças climáticas, com os palestrantes José Marengo e Jefferson Cardia(foto). Marengo, que é doutor em meteorologia chamou atenção para o que chama de "enfoque fatalista" dado pela mídia às questões ambientais e que acaba gerando descrença por parte da população. O glaciólogo Jefferson Cardia citou alguns dos erros mais comuns da imprensa, relacionados à falta de conhecimento básico sobre o assunto e conceitos equivocados. "Calotas polares" por exemplo, é uma denominação equivocada comumente dada pela imprensa ao que na verdade são"mantos de gelo", esclareceu Cardia.
Outro erro comum, lembra o glaciólogo, é achar que o gelo da Antártica está derretendo, quando na verdade a porção significativa de gelo marinho que está derretendo é no Ártico. Ambos os cientistas chamaram atenção para uma preocupação em comum: o público leigo não sabe diferenciar o que é puro achismo opinativo, do que é uma notícia com base científica. E na maioria das vezes o jornalista, formador de opinião, é o responsável por estas confusões que geram tantas preocupações desnecessárias e falta de acões efetivas.
No momento aberto a perguntas foram comentados os filmes "O Dia depois de Amanhã", considerado pura ficção alarmista sem qualquer base científica e "Uma Verdade Incoveniente", de Al Gore, o qual foi considerado bom informante e parabenizado por chamar atenção (mesmo que ao modo hollywoodiano) para as mudanças climáticas de forma mais correta, do ponto de vista científico. "O filme deixa claro que Al Gore tem um bom grupo de assessoristas cientistas", afirmou Jefferson.

Paralelamente aos painéis principais ocorreram oficinas, como a misitrada por Fabrício Fonseca que traçou um rápido perfil histórico do jornalismo científico e ambiental no Brasil e no mundo. E a mostra sobre "produção de videodocumentários ecológicos", conduzida por Domingos de Carvalho que falou do processo de pesquisa e produção desse tipo de mídia, mostrando e debatendo o vídeo Rio das Contas, filmado na região da Chapada Diamantina.

O painel da tarde foi sobre a sustentabilidade dos veículos ambientais de comunicação e gerou intenso debate sobre o que fazer frente à necessidade de publicidade para manter o veículo em circulação mesmo quando o anunciante acaba contradizendo as políticas ambientais da própria mídia na qual anuncia. O encerramento foi sobre gestão das águas, palestra que enfocou o que pode e deve ser feito para reverter o já atual caso de escassez da água no mundo, e como as mudanças climáticas influem também nessa outra questão fundamental à vida humana.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

2 Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental

Ocorreu hoje, às 19hs em Porto Alegre - RS, a abertura do Segundo Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental. A solenidade de abertura durou cerca de 40 minutos e contou com a presença do presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS, entre outras autoridades. Na confereência que se deu em seguida, o produtor do documentário: "A Década da Destruição". Adrian Cowell, falou sobre o projeto de documentação do desmatamento na região Amazônica que realizou na década de 80. Ele, que nasceu na Coréia e estudou em Cambridge, na Inglaterra, falou de expectativas positivas para o futuro do meio ambiente no Brasil. Disse também que pode estar sendo um "otimista" e lembrou que sua visão é a de alguém que mora fora do país.

Durante os anos 80, Cowell acompanhou a trajetória de Chico Mendes _ ex-governador do Amazonas e líder na luta dos seringueiros pela preservação das matas locais, que acabou assassinado por inimigos. Após mostrar trechos do documentário e falar da atual política governamental na Amazônia, o palestrante afirmou que evitar o desmatamento é a forma mais eficaz de combater o aquecimento global.
"Dezoito à vinte e cinco por cento de todo o aquecimento global é causado pelo desmatamento", lembrou ele, além de reinforcar que o Brasil é o maior responsável pela destruição de matas nativas entre todos os países.
Mesmo com os dados alarmantes, Adrian afirmou que se observarmos a diferença na política e nas atitudes ambientais realizadas no país desde a década de 80 até hoje, a conclusão é que "estamos no trilho certo" para uma política sustentável. Tomara que ele esteja certo.

domingo, 26 de agosto de 2007

CULTURA - TEATRO

“Feira Popular de Causos, Lendas e Crendices”

Folclore e sabedoria popular são revisitados por espetáculo no Teatro Cultura.

O rico e esquecido Folclore brasileiro, é o tema da nova produção do grupo Palco, no Teatro Cultura. A peça interativa, mescla diferentes elementos da cultura popular brasileira. Ao invés de permanecer sentado o público é conduzido pelos personagens por diferentes cenários: a casa de uma velha, a barraca de uma feirante, a casa do “moço do realejo”, um passeio com uma versão cômica da Cuca, algum lugar no Rio Grande do Sul, e um corredor com as mais variadas simpatias que ensinam de arranjar marido á curar resfriado. Do início ao fim são contadas crendices e ditados da sabedoria popular.

O público ganha patuás, costura colcha, aprende que não deve deixar roupa de criança no varal e descobre significados bem malucos para seus sonhos. O cenário e figurino são caprichados e há uso de áudio e projeções. A “viagem” leva a platéia ao interior do Nordeste, aonde podem sortear papéizinhos para ver a sorte no bico de um papagaio de mentira. Passa por uma barraca que lembra o Mercado Ver-o-Peso de Belém, aonde tem sabonete pra olheiras e água que cura “de um tudo”. E vai até o interior do Rio Grande do Sul, pra ouvir as histórias de um gaúcho bem desmiolado que morre de medo de passar em baixo de escada! No final o público pode também contar algumas crendices e tomar um “cházinho do amor”, além de deixar registrados a opinião e o nome no livro de visitas.
Paula Giannini é a autora do texto , cuja idéia é de Adriano Fabrício.

QUANDO
25/08 e 01/09 - sábados às 19h26/08 e 02/09 - domingos às 11, 16 e 19h29, 30 e 31/08, 05, 06, 07, 12, 13, 14, 19, 20 e 21/09 às 14, 16 e 19hDe 08 a 23/09 - sábados e domingos às 19h.

QUANTO
1 kg de alimento não perecível

ONDE
Teatro da Cultura - Praça Garibaldi, nº 39
Fone: 3224-7581

COMO CHEGAR
A partir da praça Tiradentes, ou Estação Central. Ou pegar ônibus que pare na Marechal Deodoro e subir três quadras. O Teatro fica em frente ao Relógio das Flores no Largo da Ordem.

sábado, 18 de agosto de 2007

ESPECIAL PARQUES CURITIBA - BOSQUE DE PORTUGAL





No calmo bairro residencial do Jardim Social, fica o Bosque de Portugal, criado em 1994 para homenagear não só o país dos patrícios como a língua portuguesa em geral. Bem ao lado do Grupo de Escoteiros, o bosque está situado entre calmas ruas e uma avenida, a Fagundes Varella, de intenso movimento de carros.

Sem dúvida o local foi um presente aos moradores, que encontram ali uma opção de lazer para as crianças _ há brinquedos como gangorra e trepa-trepa e bancos, e também para exercitar-se nas barras próprias ou caminhando pela ciclovia que o rodeia.
Apesar da simples estrutura o local atrai moradores de todas as idades principalmente nas tardes de sábado. Além da área circular ao redor, há também pontes de madeira e um caminho de paralelepípedo que corta o bosque por dentro.

Infelizmente passa bem ali ao lado um córrego de péssimo cheiro, que desde antes da criação do Bosque já era motivo de incômodo e reclamações por parte dos habitantes da região, mas que até hoje continua sem solução.

A existência do rio com seu mau cheiro torna um tanto desagradável o passeio por dentro do bosque, levando a maioria a manter seus coopers somente pela ciclovia que o cerca. Para os que se atrevem a entrar, postes amarelos com poemas de autores lusitanos e brasileiros enfeitam o caminho, além de bancos para descanso e escadinhas que levam á parte de fora.


Voltinha no BOSQUE...
BOM PARA:
Cooper
Passeio com o cachorro
Fim de tarde com as crianças
Moradores

PONTO FORTE:
Ser uma opção de lazer de fácil acesso para os moradores

PONTO FRACO:
O rio que corta o Bosque é sujo e cheira mal

DIFERENCIAL:
Os postezinhos amarelos com poemas que enfeitam todo o bosque

COMO CHEGAR:
O único ônibus que passa ali é o Jardim Social – Batel. Descer em frente ao colégio Amâncio Moro e andar duas quadras.

QUANDO IR:
Além das tardes de sábado quando há reunião dos escoteiros o local permanece sempre bem calmo. Não é recomendável á noite.
Moradores aproveitam para fazer cooper na ciclovia que rodeia o parque.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

DENÚNCIA! Aposentados perdem fundo de pensão e recorrem á vereadores para pedir apoio.


No último dia 15, na Câmara Municipal de Curitiba, reuniram-se aposentados e pensionistas da ex companhia aérea Varig para reivindicar apoio dos vereadores á sua luta para continuar recebendo suas pensões. Segundo o representante dos aposentados, Sr. Ivan Paulo de Souza Martins são 130 pensionistas prejudicados apenas no Paraná e mais de oito mil no Brasil inteiro.
Durante a crise de 1987 a 1992, na qual os preços das passagens aéreas estiveram congelados, as companhias Varig e Transbrasil passaram a ter prejuízos e fazer empréstimos do AERUS, o Instituto de Seguridade Social ligado ás companhias. Tanto a Varig quanto a Trans já não mais repassavam os valores retirados do Instituto causando assim um rombo no fundo que seria dedicado ás aposentadorias de seus empregados.
De acordo com Ivan Paulo, em 1991 a Diretoria Aeronáutica Civil (DAC) dispensou as Cias. Aéreas do repasse do fundo porém até hoje essas companhias ainda cobram o percentual de três por cento que seria destinado á esse repasse.
A Ação Civil Pública chegou á responsabilizar a União pela queda do fundo AERUS, e em Julho de 2006 houve uma vitória jurídica que obrigava o Governo Federal á ressarcir os aposentados e pensionistas além de pagar uma multa diária. Porém a lei foi cassada pela presidente do Supremo Tribunal Federal e até hoje não houve ressarcimento.
Apesar de em 25 de Abril desse ano, haver sido concedido ganho de causa á Varig, culpando portanto a União pelo desfalque no fundo de pensão, os aposentados _ que até hoje vinham recebendo suas pensões apesar da perspectiva de perdê-las, a partir do mês que vem já não irão receber mais nada.
“É duro a gente ficar idoso, doente e sem salário”, comenta Dione Matilde, uma das prejudicadas. Placas foram penduradas nas bancadas da Câmara pelos aposentados, com os apelos: “Governo Federal: Cumpra a decisão judicial” e ”AERUS – Tragédia em Lenta Agonia”.
Todos os vereadores presentes na sessão que se pronunciaram, demonstraram apoio á causa dos aposentados porém afirmaram que somente quem pode agir é o poder Executivo. Encerraram a sessão com a decisão de fazer uma monção de apoio e encaminhá-la ás autoridades em Brasília.

domingo, 12 de agosto de 2007

ESPECIAL PARQUES CURITIBA - JARDIM BOTÂNICO







Cartão-postal mais famoso da cidade, o Jardim Botânico ou simplesmente Botânico como é chamado pelos curitibanos, é um dos parques mais tradicionais da cidade.
Localizado próximo ao tubo do biarticulado, que leva o seu nome, essa área verde oferece pista de caminhada ou cooper, loja de lembrançinhas que os turistas adoram, lanchonete, espaço cultural, espaço para exposições e artesanato, além de lagos cheios de patos, rodeados por cotias, e sobrevoados pelos pássaros da região, incluindo sabiás e o pouco amigável quero-quero que ameaça os passantes caso circulem próximo ao seu ninho.
Aos finais de semana curitibanos da região do Capanema, Alto da XV, Cristo Rei, e outros bairros adoram passear por ali, sem dispensarem uma visitinha (nem que seja pela quintagésima vez) á famosa estufa, aonde ficam diversas espécies vegetais que podem ser admiradas de perto ou de cima, através da passarela de arame construída la dentro. Delírio dos turistas, é também a estátua da mulher nua com seu filho (ver foto acima), sempre sendo banhada pela água doce do chafariz no qual se encontra.
Como o nome sugere não poderiam faltar espécies da flora local. Figura majestoso entre as maravilhas botânicas do nosso Jardim outro cartão-postal, (símbolo não só da capital como de todo o estado), o pinheiro-do-paraná.

VOLTINHA no Jardim...

BOM PARA:
caminhadas
cooper
fotos
tarde com a família
levar turistas
compra de souvenirs
excursões de colégios

PONTO FORTE:
a vista de frente da estufa, rodeada por flores. (foto)
PONTO FRACO:
baixa variedade de flora. O nosso Botânico fica até apagadinho, se comparado ao do Rio de Janeiro,com seus 8200 exemplares.

DIFERENCIAL:
as exposições focadas em temas ambientais que promovem a preservação.
COMO CHEGAR:
Biarticulado Centenário ou Capão da Imbuia até o tubo Jardim Botânico.ou ônibus da Linha Verde.
QUANDO IR:
Nos finais de semana com a família ou nos outros dias para caminhar e relaxar á beira do lago.
Árvore-símbolo paranaense, o pinheiro-do-paraná ou araucária, enfeita ainda mais a paisagem do Botânico.

domingo, 5 de agosto de 2007

Navegar é preciso...

De Angra dos Reis todo brasileiro que se preze (ou que assista novelas) já ouviu falar. Mas a beleza da cidade aonde os famosos passam seus finais de semana dentro e fora das telinhas, ou são clicados pelos fotógrafos na Ilha de Caras, concentra-se toda na água. É só pegando um barco, lancha ou algo que não afunde e aventurando-se pelas suas centenas de Ilhas que se pode ter idéia da sua exuberância natural.

A cerca de uma hora e meia de barco está uma dessas Ilhas, considerada o tesouro de Angra, já que sua natureza de beleza única permaneceu resguardada até pouco mais de uma década devido a existência do famoso presídio. Apelidado de "Caldeirão do Diabo", o local hoje em ruínas, abrigou além de presos comuns, vários integrantes do temido PCC.


Ao mesmo tempo em que retardou o crescimento da Ilha Grande (nome condizente, já que a ilha possui 187 KM² de extensão,totalizando 22% da do município de Angra*) a existència do presídio acabou também afastando os turistas e assim preservando o que ela tem de mais belo.

COMO CHEGAR

Existem dois caminhos para chegar a Ilha Grande, ambas partindo da rodoviária do Rio de Janeiro. As opções são pegar o onibus até Angra dos Reis ou Mangaratiba de onde partem as barcas e escunas em direção a Vila do Abraão, a principal da Ilha.

Ao chegar no cais geralmente os turistas já são logo abordados por moradores oferecendo pousadas e pelos carreteiros que carregam as bagagens. Os preços das pousadas costumam ser baratos em comparação com outros lugares turísticos da região.



Uma diária em chalé com café-da-manhã sai por R$25, e pode-se conseguir um quarto razoável por até 15 reais por pessoa.










foto: Vila do Abraão. Igreja e barraquinhas de São João. Durante o mês de julho, todos os finais de semana têm forró e comida típica na Festa Junina.

O QUE FAZER

Agências de turismo não faltam, vendendo os tradicionais passeios para Lagoa Azul (bom para prática de snorkel) e Lopes Mendes, boa praia para descanso ou para pegar ondas. Os outros tradicionais passeios de barco são para Lagoa Verde, também boa para snorkel porém bem mais distante (cerca de 90 min), Cachoeira da Feitiçeira á qual também pode-se chegar a pé, por uma trilha que apesar de fácil, pede a companhia de um morador ou guia, já que é fácil confundir-se e ir parar no Aqueduto (bem sem graça) ao invés da cachoeira (que também não tem lá essa graça toda, mas compensa rolar no "tobogã natural" formado nas pedras acima dela).


Em lha Grande não há bancos ou caixas automáticos, e nem todos os lugares aceitam cartão, portanto é mais do que recomendável levar dinheiro em espécie. Os barcos que partem de Angra com certa frequencia e quebram um galho para aqueles que perdem a barca (de horários restritos - somente as oito e meia em Mangaratiba ou somente ás tres e meia em Angra) vez ou outra encalham, balançam, sempre venta bastante dentro deles e é bom levar um agasalho mesmo nos dias quentes se não quiser acabar indo se esconder na parte de baixo do barco e perder o visual da chegada.


foto: Enseada das Estrelas. Está no pacote da maioria das agências de passeios.







De uma forma geral os barcos são seguros mas se quebrar e der o azar de ser o último daquele dia (aconteceu justamente comigo) a única opção,além de dormir em Angra mesmo e partir no próximo barco de manhã é embarcar numa suspeita "baleeira", como são chamados os barcos pequenininhos _ bem menores que os tradicionais que fazem a travessia _ e que costumam navegar superlotados e balançar bastante já que os barqueiros dessas pequenas embarcações muitas vezes ignoram o limite de lotação. Há também relatos de pilotos navegando bêbados nessas embarcações menores, portanto cuidado com ofertas suspeitas. Paga-se um preço para chegar ao paraíso.

Além dos passeios de barco existem outras praias que merecem ser descobertas e fazem valer a penas as longas trilhas pela mata. Uma delas é Dois Rios, cuja maior fama deve-se a prévia existência do Presídio da Ilha Grande. O presídio que já foi considerado um dos maiores e que abrigou alguns dos mais perigosos criminosos do Rio, foi o que garantiu que esse paraíso ecológico permanecesse intocado por muitos anos.

A existência do presídio espantava até omais aventureiro dos turistas e somente alguns anos após ter sido implodido, em 1994 é que a Ilha começou a atrairmais visitantes.Hoje em dia pode-se ver as ruínas do presídio na vila de Dois Rios mas para chegar lá é preciso encarar a caminhada de duas horas por uma estradinha de terra cheia de subidas e descidas.Não é permitido passar anoite lá, também não há pousadas ou qualquer estrutura turística. Além de seu valor histórico, Dois Rios é também uma linda praia com dois rios que desembocam no mar e que lhe deram o nome.














Pôr-do-sol na Parnaióca. Presente para aqueles que encaram as quatro horas de trilha.


Outro pequeno paraíso da Ilha Grande fica a mais cerca de duas horas de caminhada a partir de Dois Rios, o que soma cerca de quatro horas de trilha a partir da principal vila, o Abraão. É a Parnaióca, uma praia de apenas três moradores, aonde o camping não é permitido, mas pode-se dormir nas casas dos moradores. Um deles é Seu João, como é carinhosamente chamado pelos badjecos (nome dado aos nativos da Ilha).

Esse senhor de cerca de 60 anos, com saúde e disposição de 45, cuida de uma das três casas da Parnaióca e segundo ele fazem doze anos que não sai de lá, nem sequer para chegar a vizinha Provetá, um pouco maior e bem mais estruturada, com escola, mercado e igreja.

João recebe com toda sua simpatia e simplicidade aqueles que chegam á praia exaustos da trilha, oferecendo comida, água, banho (não espere chuveiro quente, por favor sem mordomias) e até cama. Nessa praia quase deserta não há energia elétrica e apenas uma das casas possui gerador. Mas ao invés de fazer falta isso só torna o lugar ainda mais especial e o céu estrelado ainda mais lindo... Não existe outro céu como o da Parnaióca.

Existe ainda outra praia paradisíaca que pode ser alcançada seguindo pela mesma trilha ou partindo de barco de Angra. É a praia do Aventureiro mas para passar a noite acampando é obrigatório pegar autorização na prefeituraem Angra primeiro. Portanto o ideal é já aproveitar e ir de barco, quem for caminhando com certeza vai querer passara noite lá até mesmo devido ao cansaço. São seis horas de caminhada, incluindo travessias dentro d´água mas todos que jáforam querem voltar e juram que vale a pena. E seguindo a máxima de que quanto "mais inacessível mais lindo"só pode valer mesmo.


A vila vista de cima, da trilha que vai para a histórica Dois Rios.













MERGULHO

A Ilha oferece uma paisagem subaquática de rara beleza que pode ser apreciada através dos passeios de barco com mergulho livre e flutuação (snorkeling) ou literalmente mais a fundo, através do mergulho autônomo (com cilindro de ar, que exige habiltação). As duas escolas de mergulho da Ilha oferecem cursos que duram de três a quatro dias e tem horários flexíveis possibilitando que você retire sua carteira de mergulhador PADI em um dos pontos mais belos para mergulho do Brasil. Além da fauna e flora tropicais para deixar qualquer gringo babando, há ainda navios naufragados e o helicóptero que caiu perto da praia do Aventureiro e hoje virou atração aquático-turística e ganha-pão das agências sub.


NA REGIÃO


ANGRA DOS REIS
Ilha Grande é na realidade uma das ilhas de Angra dos Reis, a coqueluche dos ricos e famosos no litoral carioca. Angra também oferece belíssimas paisagens apesar da cidade em si não ser lá essas coisas. Mas isso é o de menos porque para se divertir em Angra a última coisa que alguém pode querer é ficar em terra. Se hospedar lá ao invés da Ilha Grande só vale se for pra alugar um barco ou lancha e passar os dias rodando por suas águas azuis e lindas ilhotas de natureza rara, que incluem a ilha de Cataguazes e a badalada praia do Dentista entre outras. Para os mais abonados vale lembrar que a cidade é famosa por seus hotéis de luxo e resorts cinco estrelas.

PARATY
Outra bela cidade não muito longe, há apenas duas horas de ônibus de Angra, que por sua vez fica a uma hora e meia de barco da Ilha. Portanto se for fazer como a maioria e deixar Angra apenas como ponto de transição irá levar cerca de três horas e meia entre Ilha Grande e Paraty.

Essa última conta com, além de belas praias e cachoeiras, uma boa dose de história e cultura. Uma vez em Paraty deve-se conhecer o Caminho das Pedras no centro histórico. É fácil entender o porquê do nome. As ruas do centro são todas formadas por pedras grandes que tornam as caminhadas um pouco desajeitadas e eliminam a possibilidade de ir passear de salto alto... Os pedregulhos forram as ruas desdea época do Brasil colonial, quando as chuvas serviam para limpar as ruas e alagavam as ruelas ao redor dos casarões, imagem que transformou-se em um dos cartôes postais da cidade. Mas há outras liçoes de história na região que não exigem caminhar sobre pedras.

Museus e galerias de arte rodeiam ocentro histórico espremidos entre os montes de restaurantes, lojinhas e barracas de artesanato. As exposições costumamf ocar no período colonial brasileiro e vale conhecer a bem esruturada Casa da Cultura.

Após relembrar as idas aulas de história nos tempos de colégio, nada melhor do que relaxar em contato com a natureza... Em Paraty pode-se escolher entre as belas e internacionalmente famosas praias, como Trindade e Praia do Sono ou as cachoeiras, ás quais é melhor chegar de carro ou caminhando a partir da própria praia de Trindade, ou ainda a lendária Fazenda Murycana que oferece diversas atividades de eco-turismo e esporte de aventura como o rapel, além do tradicional alambique com degustação de cachaça.

QUANDO

No verão a Ilha fica cheia devido ás férias, e o calor é forte. Já de abril á outubro são os gringos que tomam conta, principalmente nos meses de abril á setembro quando são eles que estão de férias.

Espere encontrar muitos europeus, principalmente franceses no mês de julho, quando as temperaturas são bem amenas, podendo chover e esfriar o que estraga qualquer passeio.

No feriados e finais de semana a Ilha também fica um pouco mais cheia, principalmente de brasileiros. Se não quiser multidão nem muvuca evite o Festival da Música em junho quando Angra dos Reis inteira soma-se a aos cariocase paulistas que invadem Ilha Grande.

ONDE

Pousada Mata Virgem
contato (24) 3361-5551
contato@matavirgemhostel.com


Embaixo D´agua
ELITE DIVE CENTER - Escola de Mergulho
contato (24) 9991-9292 ou 33615501
atendimento@elitedivecenter.com.br


Em PARATY
Pousada Sereia do Mar
contato (24) 3371-1930
pousadasereiadomar@hotmail.com
pmailto:pousdasereiadomar@yahoo.com
www.sereiadomar.com


*dado da prefeitura.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

FILMES

Parece que cada vez está mais "na moda" retratar as diferenças culturais, seja no cinema, em revistas, documentários ou outros meios de comunicação. Masse a prática já era comum a muitos anos agora está atraindo cada vez mais o interesse do público. Hollywood entrou com tudo na onda, e dois dos recentes lançamentos em DVD se enquadram no time.

Sete crianças, sete mundos
e apenas uma realidade. O filme Crianças Invisíveis de sete diretores renomados entre eles a brasileira que co-dirigiu Cidade de Deus, Katia Lund, mostra curtas estórias envolvendo crianças em sete países. O mais interessante é o paradoxo criado pelassemelhanças entre a maioria delas. A vida nos Estados Unidos, por exemplo, apesar de ser bem mais comfortável do que na África, mesmo para aqueles que vivem na pobreza, não isenta famílias de atravessarem problemas comuns como o da Aids. O medo da morte atinge tanto a garota contaminada que vai á escola nosEstados Unidos quanto o garoto que luta em meio á uma guerra de verdade, num dos exércitos infantis na África. Ao mesmo tempo que catadores de lata no Brasil esforçam-se pelo pão de cada dia e dormem nas ruas, crianças órfãs na China são maltratadas pelo chefe que as obriga á vender flores nas ruas. A desigualdadesocial fica evidente, não importando o país e destruindo o mito de que a vida em certos países, como Estados Unidos e Reino Unido _ ambos retratados no filme_ possa ser muito diferente da nossa aqui no Brasil ou em países pobres da África, Ásia ou Leste Europeu.


De volta aos anos 30,
num Japão pouco conhecido, Memórias de Uma Gueixa, também abre a sua maneira uma janela para um outro mundo, um cheio de segredos e mistérios. Além de emocionante e com uma certa dose de romance o filme tem um belíssimo cenário que foi na verdade reconstruído em plena Califórnia pela equipe do filme, devido á impossibilidade de achar uma antiga vila japonesa intacta nos dias de hoje. O resultado, apesar de ecologicamentequestionável (madeira ás toneladas foi importada do Japão e mandada por navio, sabe-se lá se houve alguma preocupação ambiental envolvida) é bem convincente.Vale a pena para se conhecer um pouco mais de uma cultura da qual nós ocidentais não fazemos a menor idéia e não é para menos. Seus mistérios são tantos queo próprio diretor do filme, Rob Marshal, afirma não ter absorvido tanto quanto esperava o que era ser uma gueixa no Japão pré Segunda Guerra. O drama é uma adaptação do best-seller de Arthur Golden e conta com atores chineses, japoneses e americanos.

Aguarde

Tudo sobre a cidade cenário do renomado "Cidade de Deus", o Rio de Janeiro, nas próximas atualizações.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

BONITO (continuação)

DICAS VITAIS À SAÚDE _ sua e do seu passeio!

Muita gente tem se interessado pelo passeio para Bonito, no Mato Grosso do Sul. Me sinto então quase que no dever de alertar para alguns detalhes além das indiscutíveis belezas naturais do lugar.

Como chegar.

De ônibus saindo de Curitiba ou São Paulo a viagem leva cerca de quinze horas até Campo Grande (a distância de qualquer um dos estados é quase a mesma). Chegando em Campo Grande deve dirigir-se até a empresa Cruzeiro do Sul* _ a única que faz o trajeto Campo Grande-Bonito ,e comprar os ingressos que não podem ser reservados portanto pode haver espera.

É possível checar com a Cruzeiro do Sul quais os horários dos ônibus mas fica difícil calcular exatamente já que o ônibus até Campo Grande pode atrasar. (A empresa que faz o trajeto Curitiba-Campo Grande é a Eucatur**)

As passagens de ônibus incluindo ida e volta saem no total por menos de 300 reais. Passagem de avião Curitiba-Campo Grande-Curitiba sai em torno de R$700.

Bonito não possui aeroporto estruturado, apenas uma pista de aterrissagem cuja única empresa autorizada a aterrisar com passageiros é a TAM através da CVC de São Paulo. Em outros casos, somente descendo em Campo Grande e pegando o ônibus até Bonito.

Outra possibilidade é contactar o Hostel*** e se informar sobre serviços de vans de Campo Grande até Bonito ou vice-versa para a volta. Chega-se mais rápido e custa em média R$40.

Quando ir.

Existem basicamente duas possibilidades: a baixa e alta temporada. Cada uma com seus prós e contras. Na baixa (março até novembro, com exceção das férias de julho) há menos gente, e portanto mais facilidade para conseguir vagas em passeios e diárias mais baratas.

A maior vantagem da baixa temporada é ter mais tempo e calma para curtir os passeios, que não ficam lotados e aproveitar alguns descontos. A desvantagem é o clima que pode ser um pouco frio, pode chover e a falta de sol atrapalha um pouco.

Já na alta temporada, de dezembro até o carnaval, a cidade fica cheia e os preços aumentam. A desvantagem é a correria para conseguir vagas e as visitas ficam mais rápidas devido ao grande número de turistas, mas segundo os guias e gente local o clima é ótimo e o sol deixa algumas trilhas e visitas ao abismo e ás grutas ainda mais emocionantes.

O que evitar.

Pra quem decidir se hospedar no Hostel não recomendo o passeio de Eco-bike, a não ser que a pessoas esteja disposta a percorrer de bicicleta um longo caminho de barro, pedregulhos, buracos, colméias de abelhas, mato alto etc...

Minha experiência pessoal foi decepcionante devido ao próprio guia ter se perdido, mas como meu grupo serviu de "cobaia" acredito que nos próximos isso não se repita. Hunf! Se resolver ir, se informe bem primeiro.

Isso na verdade vale para qualquer passeio... Alguns exigem maior preparo físico, outros exigem coragem pra encarar alturas ou que não se tenha pavor de morcegos.

O rapel para quem nnunca fez pode ser um desafio, mas para isso existe o treino antes e as recomendações dadas quanto ao que levar e como se vestir devem ser seguidas a risca.

A boca da onça, para quem sobe a pé exige um pouco de fôlego pois são mais de 800 degraus, mas existem pontos para paradas rápidas.

As flutuações podem causar pequenos descomfortos, como o frio, principalmente durante e logo após sair da água. Em dias quentes são bem mais recomendáveis.

Onde ficar

Além do Hostel ou Albergue da Juventude existem inúmeras opções com diárias que vão desde R$25 até mais de R$1,000. Vai do gosto e do bolso do cliente!

*Rodoviária Bonito (67) 3255-1606
Rodoviária Campo Grande (67) 3382-9170

**Eucatur - Matriz em Cascavel (45) 3902-1010

***Hi Hostel (Albergue da Juventude - Bonito) (67) 3255-1022
ou (67) 3255-1462

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Bonito é Apelido!

Mergulho, flutuações, trekking, rappel, cobras, jacarés, araras, macacos-prego... Cachoeiras, banhos de rio, muito peixe, emoção, aventura, paz e descanso... Bonito não é só bonito como é também apaixonante.A cidade de cerca de 30 mil habitantes que fica há cerca de 4 horas de carro de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul merece uma visita por suas belezasnaturais e povo acolhedor. E se a cidade agradece a visita do turista ("Agora que você chegou, Bonito ficou lindo") com certeza o maior beneficiado é oturista. Impossível deixar a cidade sem se
sentir mais bonito por dentro!

Algumas das atrações imperdíveis:
Para ter contato com animais e interagir com a natureza: Rio do Peixe

Um dia de passeio incluindo almoço na fazenda com comida típica caseira. Pela manhã muitas trilhas e mergulhos em rios e cachoeiras, após tanta caminhada, umalmoço delicioso e merecido descanso de rede com direito a barulhinho d'agua caindo... Hmmmm. Depois, hora de alimentar os macacos! Eles são criados soltos,mas por estarem acostumados com os turistas que visitam diariamente, vêm buscar bananas na sua mão. Mais caminhada, dessa vez com direito a tirolesa. O pas-seio todo é repleto de lindos visuais e na maioria das paradas é permitido nadar e pular n'agua, os mais aventureiros tem direito a entrar numa pequena ca-verna cheinha de mansos morcegos. A finalização inclui um contato direto com as araras que também já se acostumaram com o turista, o dono da fazenda é uma comédia a parte, sempre fazendo piadas... Ele coloca as araras no ombro do turista que pode alimentá-las.






As araras estão acostumadas com os turistas, na fazenda do Rio do Peixe.

Pra quem sonha em pegar na cobra: Projeto Jibóia.

Oportunidade pra se conhecer mais sobre esses bichos tão injustiçados pela opinião geral _ palavras do palestrante! Uma visita ao projeto garante palestraexplicativa, mas o grande momento é o final quando os convidados pegam na cobra (uma jibóia sem veneno) e a colocam no pescoço para tirar fotos! Tudo com segurança e a verdade é que após a ouvir todas as informações e observar aquela cobra no pescoço do homem por tanto tempo, fica até fácil perder o medo. Valor= R$20. Todos os dias as 19 hs.

Pra quem ama o fundo do mar (mas nao tem licença de mergulho): Flutuação no Rio da prata.

A flutuação é uma ótima alternativa para quem não possui credencial de mergulho. Qualquer um pode fazer, até mesmo quem não saiba nadar. O guia explica osprocedimentos básicos e treina com o grupo no olho d'agua antes de partir para mais de uma hora de passeio. O Rio da Prata é o mais bonito devido à quantidadee variedade de peixes. São realmente enormes e quase esbarram nas pessoas! Mas existem outras opções de passeios incluindo flutuação, por exemplo o Rio Sucurie Aquário Natural, ambos divertidos porém mais curtos e com menos peixes. Um barco acompanha durante todo o passeio e no final um delicioso almoço aguarda ogrupo de mergulhadores. Se o dia estiver bonito vale visitar o Buraco das Araras que fica bem pertinho e custa R$20. Os melhores horários para se ver ararassão de manhã cedo ou ás 4 da tarde.


Pra quem curte o mundo"underground": Gruta de São Miguel e do Lago Azul.
Vale a pena visitar as duas já que são passeios rápidos e ficam a poucos minutos de distância. A Gruta do Lago Azul é uma das atrações mais famosas e a cor dolago justifica o nome que leva. É de um azul estonteante. Também recomendável aproveitar um dia de sol, mas se não for possível vale a pena de qualquer forma, o lago é incrivelmente azul o ano inteiro.

Pra quem busca adrenalina: Rapel no Abismo Anhumas e Boca da Onça.

O primeiro tem 70 metros de altura e é a única forma de se chegar na gruta com formações de cerca de 800 mil anos. É considerado uma das maiores aventurasdo Brasil, exige um treino rápido no dia anterior. Após a decida, os turistas flutuam pela caverna e também é permitido o mergulho autônomo para credenciados,a visão é linda do começo ao fim da decida de rapel, e também debaixo dágua. Após flutuar, um passeio de bote com explicações detalhadas sobre as formações dacaverna. A volta é outra aventura, o único jeito de sair é como se entrou, portanto é necessário um pouco de resistência física para encarar mais 70 metrosde subida por rapel. O passeio é o mais emocionante e a adrenalina apenas complementa o visual! Indispensável!Já na Boca-da-onça (a maior cachoeira do estado) existe a opção de fazer a decida por rapel ou por uma trilha, tudo depende do gosto do cliente! Por rapel são noventa metros no negativo, a pé encontra-se algumas cachoeiras e luagres bonitos, pode-se nadar em três pontos de parada. O passeio leva o dia inteiro, tem almoço incluído no final do dia e quem decide ir a pé encara 860 degraus (número não confirmado devido ás diferentes contagens dos exaustos turistas) que levamao topo com uma vista linda. Pode soar cansativo mas na verdade é tranquilo, lindo e gratificante.
Para os que não se contentam com a superfície: Batismo no Rio Formoso.
Trata-se de um mergulho acompanhado de mergulhador profissional e experiente, que acompanha o novato do início ao fim. A decida vai até cerca de seis metros de profundidade e exige cilindro mas pode ser feita por quem não tem credencial de mergulho ainda (depois dessa qualquer um fica louco pra fazer o curso). o percurso debaixo d'agua dura mais ou menos uma hora e inclui passar debaixo de uma cachoeira que forma montes de bolhas que envolvem os mergulhadores, é divertidíssimo pra quem nunca fez mergulho. Sai por cerca de R$ 130 na baixa temporada, com desconto para mais de duas pessoas.
Gruta do Lago Azul.
















Dicas Gerais:

Existem várias pousadas e hotéis na cidade de Bonito, o que sai mais em conta é o Albergue da Juventude que oferece café da manhã incluído e diária de R$30 ou R$ 25 para associados, na baixa temporada e em quartos coletivos. No próprio albergue funciona a agênciad e turismo que organiza todos os passeios acima entre outros.

A pessoa deve se programar pra gastar no mínimo quinhentos reais, incluindo estadia e transporte (os passeios ficam sempre um pouco distantes da cidade, por isso gasta-se em torno de 30 reais a cada ida e vinda de van), excluindo o rapel no Abismo Anhumas que é o passeio mais caro saindo por cerca de R$300 mas valecada centavo por ser uma experiência única.

O espírito de quem sai numa viagem-aventura desse tipo deve ser aberto á pequenos imprevistos, já que é impossível controlar as forças da natureza e lembrarsempre que esse é um passeio eco-turístico porém a consciência de preservar é fundamental em todos os momentos.

Muita gente de fora do Brasil vai para Bonito o ano inteiro, é uma ótima chance de conhecer novas pessoas com espírito aventureiro.

O Hostel oferece excursão pro Pantanal, e também há outras agências que cuidam disso. Se houver tempo e dinheiro vale a pena conhecer esse outro paraíso ecológicoque fica ali pertinho!

domingo, 27 de maio de 2007






Entrevista.






Bate-papo na fazenda.

Sr. Amadeu Barbosa Ferreira, 48, natural de Campo Grande, acolheu nossa equipe em sua bela estancia São José, na cidade de Rochedo há 68km da capital sul-matogrossense. Lá, além de caminhadas a cavalo, pesca, e “causos” da roça, ele conversou sobre assuntos sérios, como preservação do Pantanal, projetos dde turismo cinetífico, boi orgânico, entre outros.


Boi Orgânico
Trata-se de uma forma de criação de gado que já vem sendo realizada há cerca de seis anos, segundo seu Amadeu, pela fazenda Eldorado, no Mato Grosso do Sul. O boi para ser classificado como orgânico deve seguir certos padrões estabelecidos pela Embrapa e a fazenda para receber autorização deve realizar algum trabalho de cunho social. O boi orgânico come o mesmo tipo de pasto do boi normal, porém é criado em pasto diferente.


A diferença está na forma de combate á doenças. Esse boi é vacinado apenas uma vez e depois disso é tratado apenas por remédios naturais, acompanhado por um ambientalista, um veterinário e pela supervisão do Ministério da Agricultura.


A carne orgânica é sem dúvida uma alternativa mais saudável à carne tradicional, porém devido ao custo elevado vem sendo usada para exportação, já que segundo seu Amadeu “o custo não compensa”. Ele afirma que a carne já chegou a ser vendida pelo Carrefour, mas que é muito raro encontrá-la em açougues e mercados.

Turismo Científico
Diferente do já famoso eco-turismo, no qual o turista interage com a natureza causando o menor impacto possível, ou seja buscando não alterar aquilo que o cerca, o turismo científico, porenquanto menos divulgado, oferece ao turista a oportunidade de ser também um voluntário em pesquisas que afetam a natureza de forma positiva e buscam proteger ou melhorar as condições de determinados ecossistemas.


Conversei com seu Amadeu a respeito desse tipo de turismo interativo, do qual ele vem participando, levando turista estrangeiros até o Pantanal para trabalhar voluntariamente em projetos de cunho científico. A parceria é com o Earthwatch Institute, que proporciona expedições ao redor do mundo.


Na primeira página do website do Instituto, a pergunta: “Aonde você quer ir para fazer a diferença?” Essa é a idéia do chamado turismo-científico. Em junho desse ano, uma expedição já está agendada para ir até o Pantanal e seu Amadeu irá acompanhá-los até a base da Uniderp, na fazenda Ararauna. Ele explica que o grupo de oito voluntários estudará répteis da região pantaneira.


Qualquer pessoa pode se inscrever, independente de possuir qualquer conhecimento prévio na área de estudo do projeto. O turista-voluntário participa ativamente de todas as fases do projeto, desde trabalhos em campo até observação de material em laboratório.


“A preocupação com a biodiversidade global é o que motiva os voluntários”, acredita seu Amadeu, que realiza entre outras coisas o transporte aéreo de turistas e pesquisadores até o local de estudo. Ele chama atenção para o fato de que a conservação do Pantanal ainda é grande devido à preocupação do próprio povo pantaneiro e do difícil acesso ao local.


Mas não é apenas na região centro-oeste brasileira que projetos vêm sendo realizados. Em 2007 expedições estão marcadas para 16 regiões apenas na América do Sul, incluindo uma à Amazônia. Já que as expedições são realizadas no mundo inteiro, é comum o turista brasileiro participar de projetos em outros países e vice-versa. O voluntário banca a viagem e as despesas e ajuda a fazer um mundo melhor para si mesmo e para outros, para voluntariar-se basta checar o site www.earthwatch.org.
Já pensou em ser voluntário num trabalho que estuda esses bichinhos? É o chamado turismo-científico.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

DVD e LIVRO - PROFECIA CELESTINA



UMA VIAGEM INTERIOR

Profecia Celestina deve ser assistido sem nenhum pré-conceito, ou seja, sem nenhuma idéia ou conceito estabelecido previamente a respeito do tema tratado no filme. Além de manter a mente aberta á novas possibilades é importante também se dar alguns minutos para refletir após assisto-lo. Nada do que o filme apresenta deve ser totalmente aceito como pura realidade, tampouco rejeitado como mera ficção.
Está se tornando cada vez mais óbvia a necessidade de mudar a visão humana perante o mundo em que vivemos. Á medida que mais e mais pessoas vão se concientizando dessa necessidade, mais suas idéias vão sendo difundidas, através dos mais variados meios. Livros como “O Segredo”, de Rhonda Byrne, “The power of Now” de Echart Tolle, revistas espirituais e de Yoga, e outros incontaveis meios de comunicação tem alertado para a existencia de “algo mais” além do nosso poder de compreensão que ajuda a reger o mundo em que vivemos e não deve ser ignorado para o bem da humanidade como um todo.
Por detrás de alguns efeitos hollywoodianos e um tanto quanto dramáticos, é disso que Profecia Celestina fala tambem. Tais assuntos nada tem a ver com religião, pelo menos nenhuma religião específica. De acordo com essa “Profecia”, as religiões simplesmente deixariam de existir a medida que simplesmente se fundiriam em uma só, uma religião universal. Certamente essa idéia soa familiar, e para muitos utópica ou muito distante da realidade.
Mas a concretização da “Profecia” depende apenas de cada um, pois é um processo interno de auto-conhecimento e abertura para simplesmente aceitar a existencia desse poderoso campo energético que nos cerca o tempo todo, influencia nossa ações e interações com outros e quando nos damos conta dessa existencia as coisas passam a ser mais simples, nossos valores são muitas vezes reavaliados de forma positiva e a melhora na qualidade de vida daquele que conhece a si mesmo, estende-se não só a sua própria vida como a de todos aqueles que o cercam.
Portanto assistir a esse filme pode gerar, além de deleite para os olhos, graças ás belas imagens dos vilarejos do Peru, um primeiro passo para repensar a própria vida e sua relação com o divino, ou espiritual; para aqueles que já começaram sua busca pelos insights, assim chamados no filme mas que se referem á simplesmente passos dados em direção á completa paz interior, irão também se confortar ao ver o tema levado ao cinema e na certeza de que a humanidade está, mesmo que lentamente, começando a despertar.

Importante lembrar que também existe o livro, no qual o filme foi inspirado e como sempre acontece contém muito mais informação e a essencia dos ensinamentos apresentados mais superficialmente no filme.





segunda-feira, 7 de maio de 2007

Prazeres Locais















Muitas vezes é preciso passar um tempo longe do lugar que nascemos pra aprender a valorizar aquelas coisas que antes nem notavamos por serem tao cotidianas. Curitiba, que por acaso ou destino trata-se de minha cidade natal, certamente nao se exclui da categoria de cidades injusticadas por moradores insensiveis (leia-se inexperientes, ou “desviajados”_ acho que acabei de inventar a palavra), incluindo esta que vos escreve_ sim, eu mesma ja deixei de enxergar a importancia dos itens da lista que segue alguns paragrafos abaixo.

Qualquer um que passe tempo suficiente for a de sua cidade, estado ou pais, quando voltar será capaz de olhar para o local com novos olhos e consequentemente reanalisar sua propria opinião. Regressar ao lar nao quer dizer deixar de ver os problemas ou pontos fracos, ou perder o olhar crítico sobre a cidade, país, etc, mas sim dar valor a certas coisas que jáestavam quase esquecidas e/ou que antes não chamavam atenção.
Quanta gente achamil motivos pra falar mal do nosso país, principalmente quando vive nele, afinal quando é que o ser-humano está satisfeito com alguma coisa, incluindo o local que vive? Raramente! Enfim, existe esse fenômeno que leva as pessoas a simplesmente A-M-A-R-E-M o Brasil, assim que botam os pés fora dele!








Prazer brasileiro: paulista bebe agua de coco em Feirinha de Domingo em Curitiba.

Vai entender essa raça humana… Pessoalmente, posso comentar as impressões que tive ao
retornar e rever minha cidade. Espero que o leitor possa também rerfletir sobre os pequenos prazeres que se encontram em cada esquina do local onde vive, e tantas vezes passam desapercebidos. Perder a capacidade de se encantar diante dessas pequenas coisas é perder a capacidade de viver a vida.




Olha a pera, morango, vai um abacaxi fresquinho? Os cheiros, os sons e as cores de uma tradicional feira de rua.



1. Feira de rua.
Cheiro de frutas e legumes fresquinhos, vendedores contando historias e chamando freguesia, biscoito caseiro, poncan e o delicioso, unico, inigualavel: proximo item da lista…

2. O pastel de feira.
Merece um item so pra ele porque eh mesmo Unico!

3. Artesanato.
Em Curitiba a Feirinha do Largo, ou “das Pulgas” ou ainda “Feirinha Hippie”. Todos os domingos no Largo da Ordem, até à uma da tarde.

4.Comida Típica.
Feijão tropeiro, barreado, pinhão, etc…

5.Ruas arborizadas.
E que continuem as árvores nas ruas!

















6.Parques
Tingui, Tangua, Barigui, Botanico, Bosque Alemao, Passeio Publico, Bosque do Papa, e por ai vai…

7.Capoeira
E no meio da rua.

8.Agua de coco
No coco por favor, nada de caixinhas!

9.Serviço de taxi e transporte coletivo
Eficiente, acredite!


10.Paz, sossego, familia, amigos…
Existe alguma coisa que pague isso?






Por essa gringo nenhum esperava. Curitiba tambem tem sua propria "Estatua da Liberdade" e ate mesquita. A primeira fica em frente a loja da Havan e a segunda no centro, em frente ao local onde se realiza `a Feira de artesanato aos domingos.

sábado, 5 de maio de 2007

ASIA E EUROPA SAO VIZINHAS NA AMERICA



Esqueca os livros de geografia e os professores que lhe ensinaram que a China ficava na Asia, bem distante da Italia, que por sua vez era um pais da Europa.
Do outro lado do oceano, a realidade eh outra: Italia e China sao vizinhas e dividem um territorio na America... Mais especificamente, as duas vieram parar no centro da cidade de Nova Iorque.



As comunidades italiana (Little Italy) e chinesa (Chinatown) ao sudeste de Manhattan, sao realmente tao proximas que chegam a se misturar e nao eh dificil encontrar chineses percorrendo as ruelas de aroma italiano.
Apesar da proximidade geografica, as diferencas entre ambas permanecem bem definidas e jamais voce ficara em duvida quanto a estar em uma ou outra, mesmo que a distancia se resuma a uma esquina.


"SEE CHINA RIGHT IN FRONT OF YOU" *
o "bloody angle" atual nao lembra em nada a " esquina sangrenta" dos anos 20, aonde gangues armavam suas emboscadas.

Apos andar algumas quadras pela Canal Street voce logo dara de encontro com a arquitetura e escrita caracteristicas do oriente, denunciando que as mudancas estao apenas comecando... Nenhuma fachada, seja de banco, farmacia ou predios comerciais escapam das inscricoes em mandarin.
Por todos os lados surgem olhinhos puxados e os raros nao-asiaticos que circulam pelas ruas, denunciam pelas maquinas fotograficas que estao ali a passeio, assumindo a condicao de turistas. E tem mesmo muita coisa para ocidental ver...
O Mahayana Buddhist Temple por exemplo, oferece mais motivos para ser visitado do que apenas a beleza e o atrativo turistico. Eh um verdadeiro refugio de paz e tranquilidade, uma oportunidade de respirar e se ausentar por alguns minutos da correria e barulho das agitadas ruas e avenidas que o circundam.
Mahayana Buddhist Temple. Paz
e tranquilidade acessivel a todos,
independente de religiao.

Como nao podia deixar de ser, os comerciantes descobriram ali boas oportunidades de negocio e se amontoam por todas as ruas, servindo a uma multidao atenta aos precos convidativos que ajudaram a atrair fama para a comunidade.
Desde a multidao que lota as ruas e _ao contrario do que se esta acostumado por aqui_ respeita o sinal de transito; ate o chines velhinho andando de bicicleta com seu chapeu de palha... Tudo o faz crer que voce esta mesmo na China.
De vez em quando surge uma timida placa de NYC em algum poste e mesmo ofuscada por tantas outras em mandarin, ela o traz de volta a terra e faz lembrar que voce esta nos Estados Unidos.

Simbolo do capitalismo americano,
nem o Mc Donalds escapou de ganhar
um "toque oriental" na comunidade chinesa.


"A PLACE THAT HAS TO BE BELIEVED TO BE SEEN" **
As cores da Italia vao surgindo em Little Italy.



Primeiro eh preciso acreditar: a Italia foi parar dentro da China. Pode ser que nao no mapa mundi, mas eh exatamente o que acontece no mapa de New York City.
Para comprovar basta seguir pela Canal ou Grand Street, ate a esquina com a Mulberry e a partir dai percorrer livremente as ruas.
De um momento para o outro, os olhos puxados dao lugar a sotaques europeus e a escrita oriental desaparece dando lugar a bandeiras
brancas, verdes e vermelhas... Voce esta em Little Italy.
Eh verdade que grande parte dos italianos que hoje vivem em Nova Iorque, nao moram exatamente na "Pequena Italia" e que Chinatown ocupa muito mais espaco do que a vizinha. Muitos moradores e novaiorquinos jamais ouviram falar ou foram pessoalmente ateh Little Italy, mas nenhum desconhece a fama e as pechinchas de Chinatown.
bandeiras da Italia e dos Estados Unidos adornam
restaurante na feira de San Genaro.

Mas se existe algo que movimenta o comercio e atrai olhares para a regiao, eh a Festa de San Genaro que perfuma as ruas ao redor da Mulberry com os aromas das delicias italianas, h'a quase oitenta anos, todos os meses de setembro.
A festa durante o dia da lugar a uma feira que atrai pessoas de todas as nacionalidades para comprar e inclusive para vender. Isso porque se engana quem pensa que atras das barracas ira encontrar apenas sotaque italiano. Os hispanos e os proprios chineses tambem viram uma oportunidade de negocio no evento e montaram suas barracas de comidas e produtos de beleza... Esses ultimos tao atraentes quanto seus precos.
Mas deixando de lado o consumismo vale a pena refletir sobre o verdadeiro significado da comemoracao, observando o bonito altar de San Genaro aberto a visitas bem ao lado das barraquinhas.
Imigrante aproveita a
oportunidade para fazer
oracao em frente ao altar
do santo italiano.


"IT WAS A BEAUTIFUL DAY" ***

Para quem acredita que uma boa vista recompensa um boa caminhada, vale a pena caminhar de volta por toda a Canal Street ate o seu final para dar de frente com o belo East River.
Nada como encerrar uma magica viagem de um dia entre dois continentes, contemplando uma das mais conhecidas vistas da cidade que lhe proporcionou tudo isso.

Fim do passeio: uma bela vista do East River.

* a banda irlandesa U2, demonstra entre seus quatorze albuns lancados, um carinho **especial pela cidade e mistura de culturas novaiorquina. Chegaram a escrever uma ***musica inteira dedicada a ela: " New York", do album "All that you can't leave behind" .
veja mais sobre o grupo em www.u2.com

quarta-feira, 2 de maio de 2007

New York New York






Depois de um ano e meio, dezenove meses pra ser mais exata, vivendo ao lado de Nova York, ha cerca de trinta minutos de Manhattan, minha visao da cidade nao pode ser comparada a de um turista que vai para tentar “ver tudo” em uma semana ou quinze dias. Posso garantir que se passasse minha vida toda la eu provavelmente me tornaria uma pessoa no minimo fria e dinheirista ao extremo antes de ver metade das atracoes novaiorquinas.
O maior motivo porque se torna dificil ver tudo o que ha para ver eh que a cada dia novidades estao surgindo, como era de se esperar na cidade que nao para nunca. Nao ha duvidas que certos pontos marcantes podem ser visitados em poucos dias, dependendo do folego e animo do turista, mas a maior atracao de Nova York nao eh algo que possa ser captado por cameras ou que fique parado esperando por visitas. A salada mista de culturas formada pelo povo que vive la eh no fim das contas, o melhor de todos os “pontos turisticos”.

Nao quero desmerecer de forma alguma o Empire State com suas luzes que mudam de acordo com as estacoes e podem ser vistas de quase qualquer ponto da cidade; alias, depois do tragico ataque `as Torres Gemeas, o predio recuperou o posto de maior edificio da cidade, e em escala mundial ganha das Piramides do Egito, Big Ben e Torre Eiffel _ ao menos no quesito altura. Muito menos deixo de fazer juz a beleza da Estatua da Liberdade (foto) , o presente da Franca que ainda atrai multidoes e vale a pena mais pelo passeio ateh a ilha onde esta o monumento e a vizinha Ellis Island_ com o modesto porem historico Museu do Imigrante_ do que pela arquitetura (nao esqueco o comentario do turista brasileiro que conhecemos na ida tao decepcionado com a pobre da Estatua: “Ai mas eh tao baixinha”).




Tambem jamais arriscaria diminuir a indescritivel sensacao de atravessar a Brooklyn Bridge, a gigantesca ponte que liga Manhattan ao bairro do Brooklyn (foto abaixo), com seus 1,091 metros de magnifica caminhada para quem se dispoe, e quem o faz eh recompensado eternamente pela lembranca das imagens que se tem la de cima. Sim, a ponte eh um presente para moradores e visitantes, nao eh de dificil acesso e recomendo que seja incluida nos quinze dias do turista ou ate mesmo espremida na programacao daquele que so tem sete dias disponiveis, afinal eh de graca e eh linda.











Ah, e o Central Park! Ah, a natureza no meio do caos. Em meio `a correria de novaiorquinos sempre apressados e obcecados com seus compromissos, um pedaco (“modestos” 340 hectares )de verde, grama e mais grama, terra, carrinhos de bebes com suas baby-sitters, zoologico com direito a urso polar em plena America do Norte_ meio deslocado o coitadinho; castelinho, lago, patos, flores,pistas de patinacao no gelo quando a estacao eh propicia, e ateh um museu, o famoso Museu de Historia Natural cuja entrada principal fica na 86th Street, literalmente dentro do parque. Claro que tudo em proporcoes magnificas, afinal isso aqui eh Nova York, ta pensando o que. Nao da, acredite, pra ver tudo em um dia.
Nao comentei a respeito da Times Square, Chinatown, Village, Museu de Arte Moderna (ou nenhum dos outros incontaveis museus, ja que Nova York eh a cidade que mais tem museus nos Estados Unidos) e nenhum dos outros menos famosos porem tao deliciantes quanto, pontos turisticos. Eh, um tour dessa cidade frenetica pacifica, apaixonante e estressante, poluida e revigorante, barulhenta e linda, nao cabe em uma materia legivel, menos ainda em poucos dias de visita, nao cabe sequer em uma vida, porque como disse, essa cidade nunca para, a cada dia tudo muda, nao os locais das atracoes, nao geograficamente ou nem mesmo visivelmente, mas a cada dia o ar eh novo, novos moradores chegam enquanto outros decidem que a “Grande Maca” ja lhes ofereceu o que tinha pra oferecer e partem em busca de um “canto mais tranquilo”.
Cada uma dessas pessoas _que geralmente nao podem ser encontradas na barca que vai para a Estatua ou no deque de observacao do Empire State, mas sim nas ruas do centro, dentro dos metros, vendendo bugigangas nas calcadas, vendendo comida em barraquinhas nas esquinas, eh que contribui para a atmosfera contagiante e fascinante da cidade, a mistura de idiomas, de cheiros, de roupas, de comidas, de paises e culturas convivendo em harmonia, quase total porque eh e claro a selvageria do capitalismo, que tambem nao escapa das tais “proporcoes novaiorquinas” . Essa nao adianta, parece que ali afeta mesmo todo mundo.

Manhattan. Beleza que nao cansa (nem ao mais antigo dos moradores).