domingo, 27 de maio de 2007






Entrevista.






Bate-papo na fazenda.

Sr. Amadeu Barbosa Ferreira, 48, natural de Campo Grande, acolheu nossa equipe em sua bela estancia São José, na cidade de Rochedo há 68km da capital sul-matogrossense. Lá, além de caminhadas a cavalo, pesca, e “causos” da roça, ele conversou sobre assuntos sérios, como preservação do Pantanal, projetos dde turismo cinetífico, boi orgânico, entre outros.


Boi Orgânico
Trata-se de uma forma de criação de gado que já vem sendo realizada há cerca de seis anos, segundo seu Amadeu, pela fazenda Eldorado, no Mato Grosso do Sul. O boi para ser classificado como orgânico deve seguir certos padrões estabelecidos pela Embrapa e a fazenda para receber autorização deve realizar algum trabalho de cunho social. O boi orgânico come o mesmo tipo de pasto do boi normal, porém é criado em pasto diferente.


A diferença está na forma de combate á doenças. Esse boi é vacinado apenas uma vez e depois disso é tratado apenas por remédios naturais, acompanhado por um ambientalista, um veterinário e pela supervisão do Ministério da Agricultura.


A carne orgânica é sem dúvida uma alternativa mais saudável à carne tradicional, porém devido ao custo elevado vem sendo usada para exportação, já que segundo seu Amadeu “o custo não compensa”. Ele afirma que a carne já chegou a ser vendida pelo Carrefour, mas que é muito raro encontrá-la em açougues e mercados.

Turismo Científico
Diferente do já famoso eco-turismo, no qual o turista interage com a natureza causando o menor impacto possível, ou seja buscando não alterar aquilo que o cerca, o turismo científico, porenquanto menos divulgado, oferece ao turista a oportunidade de ser também um voluntário em pesquisas que afetam a natureza de forma positiva e buscam proteger ou melhorar as condições de determinados ecossistemas.


Conversei com seu Amadeu a respeito desse tipo de turismo interativo, do qual ele vem participando, levando turista estrangeiros até o Pantanal para trabalhar voluntariamente em projetos de cunho científico. A parceria é com o Earthwatch Institute, que proporciona expedições ao redor do mundo.


Na primeira página do website do Instituto, a pergunta: “Aonde você quer ir para fazer a diferença?” Essa é a idéia do chamado turismo-científico. Em junho desse ano, uma expedição já está agendada para ir até o Pantanal e seu Amadeu irá acompanhá-los até a base da Uniderp, na fazenda Ararauna. Ele explica que o grupo de oito voluntários estudará répteis da região pantaneira.


Qualquer pessoa pode se inscrever, independente de possuir qualquer conhecimento prévio na área de estudo do projeto. O turista-voluntário participa ativamente de todas as fases do projeto, desde trabalhos em campo até observação de material em laboratório.


“A preocupação com a biodiversidade global é o que motiva os voluntários”, acredita seu Amadeu, que realiza entre outras coisas o transporte aéreo de turistas e pesquisadores até o local de estudo. Ele chama atenção para o fato de que a conservação do Pantanal ainda é grande devido à preocupação do próprio povo pantaneiro e do difícil acesso ao local.


Mas não é apenas na região centro-oeste brasileira que projetos vêm sendo realizados. Em 2007 expedições estão marcadas para 16 regiões apenas na América do Sul, incluindo uma à Amazônia. Já que as expedições são realizadas no mundo inteiro, é comum o turista brasileiro participar de projetos em outros países e vice-versa. O voluntário banca a viagem e as despesas e ajuda a fazer um mundo melhor para si mesmo e para outros, para voluntariar-se basta checar o site www.earthwatch.org.
Já pensou em ser voluntário num trabalho que estuda esses bichinhos? É o chamado turismo-científico.