Depois de um ano e meio, dezenove meses pra ser mais exata, vivendo ao lado de Nova York, ha cerca de trinta minutos de Manhattan, minha visao da cidade nao pode ser comparada a de um turista que vai para tentar “ver tudo” em uma semana ou quinze dias. Posso garantir que se passasse minha vida toda la eu provavelmente me tornaria uma pessoa no minimo fria e dinheirista ao extremo antes de ver metade das atracoes novaiorquinas.
O maior motivo porque se torna dificil ver tudo o que ha para ver eh que a cada dia novidades estao surgindo, como era de se esperar na cidade que nao para nunca. Nao ha duvidas que certos pontos marcantes podem ser visitados em poucos dias, dependendo do folego e animo do turista, mas a maior atracao de Nova York nao eh algo que possa ser captado por cameras ou que fique parado esperando por visitas. A salada mista de culturas formada pelo povo que vive la eh no fim das contas, o melhor de todos os “pontos turisticos”.
O maior motivo porque se torna dificil ver tudo o que ha para ver eh que a cada dia novidades estao surgindo, como era de se esperar na cidade que nao para nunca. Nao ha duvidas que certos pontos marcantes podem ser visitados em poucos dias, dependendo do folego e animo do turista, mas a maior atracao de Nova York nao eh algo que possa ser captado por cameras ou que fique parado esperando por visitas. A salada mista de culturas formada pelo povo que vive la eh no fim das contas, o melhor de todos os “pontos turisticos”.
Nao quero desmerecer de forma alguma o Empire State com suas luzes que mudam de acordo com as estacoes e podem ser vistas de quase qualquer ponto da cidade; alias, depois do tragico ataque `as Torres Gemeas, o predio recuperou o posto de maior edificio da cidade, e em escala mundial ganha das Piramides do Egito, Big Ben e Torre Eiffel _ ao menos no quesito altura. Muito menos deixo de fazer juz a beleza da Estatua da Liberdade (foto) , o presente da Franca que ainda atrai multidoes e vale a pena mais pelo passeio ateh a ilha onde esta o monumento e a vizinha Ellis Island_ com o modesto porem historico Museu do Imigrante_ do que pela arquitetura (nao esqueco o comentario do turista brasileiro que conhecemos na ida tao decepcionado com a pobre da Estatua: “Ai mas eh tao baixinha”).
Tambem jamais arriscaria diminuir a indescritivel sensacao de atravessar a Brooklyn Bridge, a gigantesca ponte que liga Manhattan ao bairro do Brooklyn (foto abaixo), com seus 1,091 metros de magnifica caminhada para quem se dispoe, e quem o faz eh recompensado eternamente pela lembranca das imagens que se tem la de cima. Sim, a ponte eh um presente para moradores e visitantes, nao eh de dificil acesso e recomendo que seja incluida nos quinze dias do turista ou ate mesmo espremida na programacao daquele que so tem sete dias disponiveis, afinal eh de graca e eh linda.
Ah, e o Central Park! Ah, a natureza no meio do caos. Em meio `a correria de novaiorquinos sempre apressados e obcecados com seus compromissos, um pedaco (“modestos” 340 hectares )de verde, grama e mais grama, terra, carrinhos de bebes com suas baby-sitters, zoologico com direito a urso polar em plena America do Norte_ meio deslocado o coitadinho; castelinho, lago, patos, flores,pistas de patinacao no gelo quando a estacao eh propicia, e ateh um museu, o famoso Museu de Historia Natural cuja entrada principal fica na 86th Street, literalmente dentro do parque. Claro que tudo em proporcoes magnificas, afinal isso aqui eh Nova York, ta pensando o que. Nao da, acredite, pra ver tudo em um dia.
Nao comentei a respeito da Times Square, Chinatown, Village, Museu de Arte Moderna (ou nenhum dos outros incontaveis museus, ja que Nova York eh a cidade que mais tem museus nos Estados Unidos) e nenhum dos outros menos famosos porem tao deliciantes quanto, pontos turisticos. Eh, um tour dessa cidade frenetica pacifica, apaixonante e estressante, poluida e revigorante, barulhenta e linda, nao cabe em uma materia legivel, menos ainda em poucos dias de visita, nao cabe sequer em uma vida, porque como disse, essa cidade nunca para, a cada dia tudo muda, nao os locais das atracoes, nao geograficamente ou nem mesmo visivelmente, mas a cada dia o ar eh novo, novos moradores chegam enquanto outros decidem que a “Grande Maca” ja lhes ofereceu o que tinha pra oferecer e partem em busca de um “canto mais tranquilo”.
Cada uma dessas pessoas _que geralmente nao podem ser encontradas na barca que vai para a Estatua ou no deque de observacao do Empire State, mas sim nas ruas do centro, dentro dos metros, vendendo bugigangas nas calcadas, vendendo comida em barraquinhas nas esquinas, eh que contribui para a atmosfera contagiante e fascinante da cidade, a mistura de idiomas, de cheiros, de roupas, de comidas, de paises e culturas convivendo em harmonia, quase total porque eh e claro a selvageria do capitalismo, que tambem nao escapa das tais “proporcoes novaiorquinas” . Essa nao adianta, parece que ali afeta mesmo todo mundo.
Manhattan. Beleza que nao cansa (nem ao mais antigo dos moradores).